segunda-feira, 7 de junho de 2010

Esperança



Estou aqui mais uma vez. Presa em meus sonhos, em minhas esperanças. Eu sei que é tudo vão, que nada nunca foi e nunca será real. Meus eu ainda tenho a esperança. A maldita esperança que me atormenta. O talvez, o quem sabe... É tudo uma tortura para mim. Tortura com a qual eu já deveria estar acostumada. Mas não, parece que sempre é como se a dor fosse nova, como uma ferida recém aberta, que se recusa a cicatrizar. E parece que nunca vai passar, como se eu estivesse condenada a uma espécie de prisão.
Mas a culpa é minha. Minha e desse meu coração de Cinderela, que insiste em acreditar que tudo será perfeito no final. Mas não. Minha mente sabe que não, que não deu certo, que é o fim. Mas a Cinderela ainda acredita que o príncipe vai achar o sapatinho de cristal e casar com a plebéia. E é assim o conflito da minha mente e do meu coração; da minha esperança e da minha razão.
Eu acho que o tempo pode me curar. Matar a esperança que eu não quero manter e me fazer acreditar que existem outros caminhos além desse. Eu não quero mais essa tortura diária. O tempo não vai parar enquanto eu sofro, e a vida é curta demais para existir tempo para torturas. Mas mesmo assim o tempo é meu remédio. Seu sabor é até amargo, mas isso é só enquanto eu não termine de ficar curada.
E eu vou esquecer. E a esperança vai morrer.
Eu não estou falando da esperança de um mundo melhor, de eu ser feliz pra sempre, ou de tudo dar certo. A esperança que falo é a que tenho sobre nós dois. De que aquelas mentiras fossem verdades e o resto seja um mal entendido. E eu sei que esta é uma vã esperança. Então o tempo fará com que ela se dissipa.

A amarga e vã doçura daquela esperança...



Rafaelle Schütz Kronbauer

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