domingo, 20 de junho de 2010

No meu coração...




Uma vez eu parei para escrever. Comecei a ouvir uma música que fazia parte do soundtrack de 'cronicas de nárnia'. Aquilo me inspirou e comecei a escrever incansávelmente. Letras e palavras foram surgindo. Começou desordenado e eu não entendia o que estava escrevendo. Começou bem estranho. Quando terminei, percebi o que eu tinha escrevido. Tudo o que eu sentia estava lá de forma abstrata e quase que incompreensível. O resultado foi um dos meus poemas preferidos. Ainda não sei como consegui escreve-lo. Mas aí vai ele:




Estou andando descalça
Por um caminho que eu não conheço
Estou flutuando
Estou correndo

Não estou mais enxergando
Tem pedras e algodão no meu caminho
Piso nas pedras, me dói
No algodão há uma deliciosa sensação

A terra tem um cheiro suave
O vento um frio silencioso
A vida está sem cores
Porque eu não estou vendo

Borboletas voam ao meu redor
Não vejo, mas sinto
Elas são alegres em sua dança incolor
Estou sentindo

Sinto o cheiro de uma rosa
Mas só toco em espinhos
A flor deveria ser tão bela
Mas olhe, estou sangrando

Está frio
Minha pele se converteu em arrepios
Aqui não há nada que aqueça
E a ausência do calor me assusta

Eu não sei por quê
Há algo familiar nesse caminho
Talvez eu já tenha passado aqui outra vez
Mas estou cega nesse mundo, não posso reconhecer

Eu sou a única pessoa aqui
Estou andando sozinha, tentando me conhecer
Eu não achei que fosse tão difícil
Estou descobrindo em mim o medo, a insegurança que eu nunca vi

Sinto que o fim dessa jornada possa ser feliz
Talvez no fim eu encontre o que eu devo estar procurando
Sinceramente, não sei exatamente o que é
Então vou pisando em pedras, algodões e espinhos

Eu sei que não há mais muito tempo
Em breve eu terei que me encontrar
Pois não há quem sobreviva a muito tempo perdido
Na melodiosa estrada de um coração

Doce e triste, alegre e infeliz silencio por aqui...





Rafaelle Schütz Kronbauer

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